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SuperAÇÃO de uma EsclerOUSADA

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Hoje o texto é mais como um desabafo e um agradecimento.

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Ana Laura, 33 anos, diagnosticada com Esclerose Múltipla em 2015, decidiu juntamente com seu marido, que iria participar da Corrida dos 10km da Tribuna FM em Santos\SP.

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Aí vem a pergunta que mais ouvi nos 3 meses de preparação, mas como? Você aguenta? Não é loucura?

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E eu te respondo como: Com a ajuda ímpar do meu marido Heverton, com o apoio do nosso treinador Diego Ballio, dos incentivadores Cláudio Scorcine, Stefani Verissimo, Camila Duarte, Caroline Siriaco, Márcia Luz e todos da Universidade Fefis / R4, minha família que mesmo de longe, amigos e conhecidos que souberam dessa nossa loucura, kkk …

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Mas para isso ser algo real, a nossa idéia inicial era participar, eu sentada em uma cadeira de rodas normal e sendo guiada pelo Heverton até a chegada, e a minha loucura só seria mais completa se eu conseguisse nos 500 metros finais, descer da cadeira e ir caminhando até a chegada.

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Haaa... mas como sabemos, isso era nossa idéia, e que nem em nossos sonhos isso tomaria a proporção que tomou...

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Preciso resumir isso!!! não!!!, não vou poupar palavras para isso...

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Aí começou, conversando com o Diego, sobre como correr com a cadeira, que ele nos apresentou ao grupo Empresto Minhas Pernas de Santos, e ai!! Ahhhh mas o que significa esse projeto? Me apaixonei desde o dia que o Heverton foi conhecer pessoalmente, e voltou extasiado, e eu fiquei mais ainda, contando os dias para conhecer pessoalmente, longos e intermináveis 7 dias. Sábado, 31 de março, 07:30 (isso mesmo, sete e meia da manhã) fui conhecer, que família linda, cheia de carinho, cuidado, compreensão com o ser humano, aula de libras com a Prof Karol Amparo, vivência com os triciclos que usaria na corrida, Amanda Oliveira, treinadora do grupo e todos os voluntários muito atenciosos, carinhosos. Lá descobri várias histórias de superação. E foi aí que iniciou nosso sonho ir no Pelotão da Igualdade, com o grupo Empresto Minhas Pernas e utilizando os triciclos para corrida de rua, foram vários sábados de preparo.

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Essa não seria só nossa idéia, nosso sonho, fomos pegos pelas surpresas que Deus prepara para todos nós diariamente, dia 04 de abril recebi um convite da querida Natasha Guerrize, assesora de imprensa da Unimes, pois estava em busca de histórias de pessoas que participariam dos 10km da tribuna. Fiquei assustada com tamanha responsabilidade, em me abrir e expor minha família. Fomos ao encontro dela e contamos nossa história e quem diria, a matéria sairia em jornais (baixada santista, cuiabá, porto alegre, e outros lugares) e sendo espalhada pelas redes sociais, e muita gente conhecendo mais um pouco de nós, muitos diziam estarem felizes, estarem orgulhosos, e vibrando conosco. Uau, quantos que nem conheço pessoalmente se manifestando, me sentia com mais força, com mais energia para alcançar esse objetivo.

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Como nem tudo são flores, algumas pedras em nosso caminho tiveram que ser tratadas, em 13 de abril veio minha primeira rasteira, surtei, e com o surto vieram as preocupações, meu desespero em meio a tanta alegrias, uma tristeza para nos lembrar que somos nada e que uma folha não cai sem ter chegado sua hora, seria a minha hora de parar, pois estava numa época turbulenta em todos os sentidos, 5 dias indo ao hospital fazendo a pulsoterapia e não vendo sinais de melhora, e vendo o meu temido medo chegar mais perto que imaginava, ficar em uma cadeira de rodas (isso é para meu próximo texto), minha médica toda cuidadosa, meu marido me cuidando, muitos que me conhecem preocupados. Mas passou-se o mês, medicações, reações, todo o caos, mas levando, tentando me reerguer, muitos acontecimentos, e até mesmo um sentimento de desistir e não participar da corrida, tomando conta de mim, mas meu companheiro me puxou as orelhas e conversamos muito, e por nós, eu iria tentar.

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E a poucos dias da tão esperada prova, mais uma rasteira, outro surto, em 3 anos nunca havia tido um, e em 30 dias tive 2, bem às vésperas de um evento tão esperado e planejado, fui obrigada a fazer repouso, e esperar para iniciar mais 3 dias de pulsoterapia.

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Eu: - Dra. eu tenho minha corrida, e agora, eu quero participar.

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Dra: - Bom, você pode participar, e terminando você inicia imediatamente sua pulso. E mais repouso.

E eu fui para a corrida surtada mesmo, e que bom que fui, pois desde 20 de maio estou à procura das palavras para explicar essa experiência maravilhosa que pude vivenciar. Só encontro lágrimas e gratidão, pelo percurso todo, pelas pessoas anônimas nos prestigiando, e as que nos conhecem também ali, vibrando com nossa passagem. Carlos nosso amigo taxista que nos levou para a largada, Carla e família que acordaram cedo só para gritar meu nome e dar força no percurso, Claudio Scorcine, no meio do percurso e participando da prova, atrasando o próprio tempo para saber se estava bem, Mariliza, tia Maravilhosa, Cida mãe da Priscila (que também é portadora), na linha de chegada, as professoras da nossa pequena, André e Mariana que conseguiram levar nossa princesa para nossa chegada.

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E a chegada de arrepiar, ao descer da cadeira um turbilhão tomou conta do meu corpo todo, e em lágrimas eu me vi com a missão cumprida. Cheguei até aqui e tenho que agradecer muito, ouvir as pessoas gritar meu nome, “vai você consegue”, “não desiste”, todos da equipe do empresto me guiando e apoiando, minha pequena se juntando a nós, para juntos cruzarmos a chegada, nossa, não tem explicação, é pura emoção. Aí minhas pernas cansaram, me pediram para sentar novamente na cadeira e chegar mais perto, virei para meu marido e perguntei: “você consegue me carregar?”, afinal, ele já tinha corrido por 10 km, empurrando a cadeira, e ele me responde: “é claro”, e foi emoção em cima de emoção, ele me carregou por uns 40 metros, faltando 10 passos ele me colocou no chão e juntos cruzamos andando a linha de chegada.

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Isso foi só a nossa primeira... enquanto tivermos forças para seguir, iremos seguir …

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Obrigada a todos do fundo do meu coração.

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Aguarde nossa próxima participação...

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E aproveitando o ensejo, fica o convite para todos conhecerem esse projeto maravilhoso chamado Empresto Minhas Pernas. Nos reunimos todos os sábados no Emissário Submarino, em Santos, a partir das 07:30. Todos serão muito bem vindos.

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Escrito por: Ana Laura

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Sou Ana Laura, tenho 32 anos e num piscar de olhos tudo muda, tudo se transforma, um dia de cada vez, lutas diárias, medos, frustrações, mutações. Saber lidar com o novo não e fácil!
Sou sobrevivente de uma guerra e a única arma que utilizo é meu sorriso, minha força de lutar e sempre sendo grata a Ele que tudo pode.
Venci barreiras que jamais esquecerei!
Orando sempre, agradecendo pela vida, por minha filha, meu marido, minha mãe, minha irmã.

Na dor é que obtive meu crescimento.

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